quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

ESTERILIDADE

No Antigo Testamento, a esterilidade era considerada um castigo, um mal, uma desgraça enfim: a falta da graça de Deus. Isso faz muito sentido se pensarmos que, já que o princípio da Criação, Deus deu este mandamento ao homem: “crescei e multiplicai-vos”.
A mulher estéril sentia-se discriminada pelas demais e angustiava-se com sua situação.
Uma história comovente relatada na Bíblia em I Samuel é a de Ana: casada com Elcana, um dos sacerdotes, ela não se conformava com a esterilidade. Além desse fardo, Ana ainda tinha de sofrer as zombarias da outra mulher de Elcana, Penina, que tinha filhos. Seu marido tentava consolá-la dizendo:
I Sam.1: 8 – “Então Elcana, seu marido, lhe disse: Ana, por que choras? Por que não comes? E por que está mal o teu coração? Não te sou eu melhor do que dez filhos?”
Seu sofrimento era tão intenso que, prostrada, clamava com prantos e gemidos por um filho, e fez um voto de que, se concebesse, o entregaria ao Senhor. Seu clamor foi ouvido pelo profeta Eli, que pensou que estivesse embriagada, tamanho era seu fervor. Ao ouvi-la, porém, entendeu sua amargura e profetizou:
I Sam 1:17- “Vai em paz: e o Deus de Israel te conceda a tua petição que lhe pediste.”
E assim nasceu Samuel, que se tornou o primeiro juiz de Israel.
Nessa época, a monogamia não era seguida com fidelidade, e as mulheres estéreis eram motivo de chacota das outras esposas produtivas. Por esta mesma razão, Sara, mulher de Abraão, precipitou-se em dar-lhe um filho, oferecendo sua escrava para gerá-lo. Ismael nasceu, mas não era dele que os descendentes das futuras gerações de Israel proviriam.
Rebeca, esposa de Isaque, também era estéril. Ele orou a Deus, que, ouvindo suas orações, fez que Rebeca concebesse os gêmeos Esaú e Jacó.
Gn.25:21 – “E Isaque orou insistentemente ao Senhor por sua mulher, porquanto era estéril, e o Senhor ouviu suas orações e Rebeca, sua mulher, concebeu.”
Raquel, esposa preferida de Jacó, também foi angustiada pela esterilidade, e espezinhada por sua irmã Léia, a aborrecida, que gerava filhos continuamente (teve quatro filhos seguidos). Teve inveja da fecundidade da irmã e usou do mesmo expediente de Sara: apresentou sua serva Bilha para que concebesse em seu lugar.
Gen.30:5 – “E concebeu Bilha, e deu a Jacó um filho.”
Toda vez que atropelamos os desígnios de Deus, temos que arcar com as consequências. A competição, o ciúme e a inveja não fazem parte dos planos do Senhor para as nossas vidas.
A dificuldade de gerar torna vulneráveis e sensíveis mulheres que tentam de alguma forma interferir nos projetos de Deus. Mas, em sua misericórdia, Deus sempre atende à oração do justo, e estas mulheres receberam a graça e o poder de Deus sobre elas, conceberam e deram à luz filhos.

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